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domingo, 13 de maio de 2012

Minha sorte

Hoje é dia das mães, e eu estou longe da minha. A faculdade não me permitiu ir pra casa, e então eu fiquei. Falei com toda a família pelo telefone, obrigada tecnologia, mas não é a mesma coisa e eu estou com saudades de todos.


Eu queria agradecer, à minha mãe, aos meus pais, por terem me incentivado, e acreditado em todas as minhas vontades loucas, meus sonhos mirabolantes. Agradecer por terem confiado em mim quando eu disse que ir pra África do Sul seria uma boa idéia, quando eu disse que queria tocar violão, mesmo sem ter o menor dom musical, quando eu desenhava nas aulas de matemática e eles apreciavam o desenho ao invés de questionar o porque eu não estava prestando a atenção na aula, por ter não só incentivado, mas também arcado com as despesas, quando eu disse que queria estudar artes como graduação em uma cidade a mais de 1000km de distância.

Queria agradecê-los por nunca dizerem que eu vou morrer pobre por querer ser artista.

Queria também agradecer a minha irmã, que muitas vezes representou um papel de mãe, me levando, me buscando, me defendendo e ouvindo minhas crises que não foram poucas.

Agradecer a minha avó que cuidou de mim na minha infância, e me ensinou que se a gente não aprendesse a dividir o controle da TV ela iria quebrar o controle em uma porrada só. Como já aconteceu. E por ter tido paciência, eu não fui uma criança fácil.

Queria agradecer minha mãe, mais uma vez e interminavelmente, por toda a energia depositada em mim, todo o investimento e todas as vezes que quando eu disse que não sabia o que queria fazer da vida, ela me respondeu: Pelo menos você sabe o que não quer.

Agradecer ao meu pai, por ter me ensinado a sobreviver no meio do mato, a montar um forno de barro, a jogar gamão e dirigir.

Agradecer a ambos, pela liberdade que me foi dada desde o princípio, e por ter me ensinado a andar de ônibus com 11 anos. Agradecer meu pai por ter forçado a mim e a minha irmã a ir andando sozinha pra aula. E agradecer por ele ter seguido a gente todos os dias, pra ter certeza que a gente ia chegar bem.

A todos vocês, que um dia já foram ‘mães’ em minha vida, um sincero e eloquente obrigada. Tenho por vocês uma apreciação enorme, e uma sorte maior ainda por nunca ter ficado desamparada.

Queria estar perto hoje, eu não diria tudo isso pessoalmente, porque eu não sou do tipo que admite, mas saibam, vocês são fundamentais na minha vida.

Com muito amor, Jullia

domingo, 6 de maio de 2012

Sem pé, sem cabeça e sem amor

Tem gente que diz que é carma, eu inclusive. Mas digamos que meus relacionamentos amorosos não tenham sido meus maiores sucessos ou conquistas.

Sou de sagitário. Sim, acredito nessas bobagens.

Me apaixono fácil, e desapaixono também. Não sei se já amei alguém.

Tenho suspeitas, mas só vou saber se foi amor quando eu amar alguém de novo. Ou quando amar alguém pela primeira vez.

Sou secretamente romântica, e apesar de não mandar corações na internet, nem chamar aos outros de linduxos, eu gosto de receber flores. Gosto que alguém abra a porta pra mim, e gosto de fazer um sanduiche caso o romance da vez esteja com fome.

Considere seu sanduíche uma prova de amor.

Gosto de conversar, sobre Friends e Almodóvar. Sobre Turma da Mônica e Rousseau. Não sei ficar em silêncio. As vezes me calo, mas a mente continua, e o silêncio é apenas externo.

Sei andar sozinha, sei manejar uma faca, sei socar pomo de Adão.

Sei me virar sozinha, mas as vezes prefiro ter alguem pra me acompanhar, defender e todas essa coisas anti-feministas.

Não sou feminista. Gosto de gentilezas, e que puxem a cadeira pra mim.

Queria gostar de alguém. De preferência que gostasse de mim de volta.

Faz um tempo que meu raciocínio atropela meus sentimentos e eu acabo com as coisas antes de elas se tornarem reais. Ou mais reais.

Não sei exatamente o propósito desse texto, dessas palavras, mas eu preciso desabafar e o teclado não me interrompe pra ver se eu quero pipoca. Ele me escuta. Escuta meus dedos. Já é alguma coisa.

Me pego pensando se algum dia vou deixar a segunda opção. Não para ser a primeira, mas pra ser a única. Minha mãe me disse que leva tempo. Pra ela levou 43 anos. Segundo ela.

Queria sentir o sentimento de só querer um. De só existir um. Mas meus pensamentos divagam por dois, as vezes três, um deles sempre se repete, mas isso é história pra outro dia.

Queria me apaixonar, e sentir borboletas no estômago, teve uma época que eu sentia. A história acabou tão mal que as borboletas foram corroídas pelo meu ácido estomacal.

Talvez minha missão na terra seja curar o coração das pessoas. Elas ficam comigo e logo começam a namorar. Outra, que não sou eu.

Vou começar a vender meus serviços, já tenho 8 clientes satisfeitos. Acho que é carma, macumba, não sei. Mas funciona. O serviço vai custar 50 reais por cada vez que eu pensar em você, com um desconto de 10 reais a cada vez que você pensar em mim. Vou elaborar melhor meu plano de venda e negócios.

Eu queria não ter que me preocupar em ser interessante, queria ser interessante sem esforço, do mesmo jeito que a gente faz com amigos. Amigos eu tenho. Serve?

Não.

Nada contra meus amigos, adoro meus amigos, as vezes até fico com meus amigos. Mas não, queria algo diferente. Algo maior que eu, existe ou é tudo invenção de Hollywood?

As pessoas realmente se apaixonam ou elas se acomodam e se convencem que elas estão living the dream? Existe amor? Amor com ‘a’ maiúsculo?

Ou o amor é um tipo de pé grande, que todo mundo sabe como se parece, descreve conta histórias, sabe onde ele mora, mas na verdade nunca viu?

Esse texto não faz mais sentido, mas o que é que tem? A vida também não faz.