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domingo, 2 de dezembro de 2012

Amanhã isso passa

Não consigo dormir.

Já virei para um lado, para o outro, e nada. Estou agora de barriga pra baixo, pra não ter que encarar o teto.

Me cubro e sinto calor, descubro e sinto frio. Meu travesseiro não está aconchegante, meu colchão me parece duro e minha cabeça está cheia de coisas que eu não sei descrever.

Minha companheira de casa fica vagando pela casa tentando suar suas saudades, a outra fechou a porta do quarto para tentar construir histórias. E eu aqui, no meio do caminho sem saber explicar porque que o sono não vem.

Os bocejos me fazem companhia, e as lágrimas também. Não é nada triste, eu só costumo lacrimejar quando estou cansada.

Acho que é isso, estou cansada.

Cansada dessa batalha diária, cansada de me esforçar pra ser oca, pra não sentir as coisas.

Cansada de acordar com ressaca moral, e não ler o material que eu preciso. Cansada de não adiantar minhas matérias na faculdade, de deixar tudo pra última hora.

Cansada de saber que não vou passar dezembro em casa, de saber que não estou acompanhando minha prima crescer.

Cansada de dizer pras pessoas tudo o que eu preciso fazer, e no fim do dia não ter produzido nada.

Cansada dos outros que ao invés de escreverem a própria história passam as tardes falando da minha, se achando no direito de me dizer o que é certo e o que é errado.

Acho que é isso, estou cansada.

Mas amanhã tudo isso passa. E pra amanhã chegar, eu preciso dormir.

Incompreensão

Li um texto sobre a solidão, sobre o nosso medo de estarmos sós. Nosso esforço constante para estarmos acompanhados, ou sozinhos porém não solitários. Conviver consigo é sempre um desafio, é o momento em que conseguimos descobrir a nós mesmos.

Talvez o medo não seja da solidão, e sim do barulho que a mente faz quando estamos em silêncio.

A solidão é incompreendida.

É ela que nos faz companhia quando ninguém mais a faz. Talvez ela seja nossa maior companheira. A única que nos acompanha nos momentos bons e ruins. Somos sempre companhia a nós mesmos. Somos sempre solidão.

É sempre bom lembrar que onde quer que a gente vá, a gente se leva junto.

Se arrumarmos nossas mochilas e seguirmos em direção ao fim do mundo, junto com nossas roupas, levaremos nossas dores, amores e frustrações. Levaremos nossas verdades, tão absolutas quanto nossas concepções inconstantes. Levaremos a solidão, nossa eterna companheira.

Companhia nada mais é do que várias solidões juntas. A gente é que luta pra tentar achar características semelhantes a daquelas pessoas que convivemos. Querendo ou não, acreditamos que precisamos do outro para ser feliz.

Lembrem-se: O medo não é da solidão. O medo é de nós mesmos.