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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Glote.

Nunca acreditei em sensação que vire algo físico. Como algum sentimento que de tão intenso chegue a doer seu estomago, ou alguma frustração que te faça contrair.. Isso sempre foi balela.

Até ontem.

Dor, segundo meu dicionário da quarta série, significa: "magoa; aflição, dó; condolência; remorso; vontade de arrancar seu estômago no meio do salão do clube socialite que você sabia que não devia ter ido." Achei que se encaixava bem ao que eu senti.

É algo incontrolável, uma dor de gritar, gritei até a minha glote se desintegrar, me contraí tipo quando a gente dobra num ângulo de 90 graus, e volta pro 180 repetitivamente. Entrei em transe. Queria ir pra casa. Me teletransportar, ligar o ar condicionado da sala, pegar um edredom, um pote de 2 litros de sorvete Kibon sabor flocos, e ser dissolvida nas minhas lágrimas.

Por mais que eu tentasse pensar em como aquele problema era insignificante comparado com a fome na áfrica, o desemprego no Brasil , ou que eu poderia estar com uma infecção letal, isso não amenizava o impacto. Durante os quase 15 minutos que eu me remexi no meio do salão, os gritos e torções fizeram sentido.

Quando acordei do meu transe e olhei ao meu redor, percebi que eu tinha provocado uma clareira no meio do salão, que lentamente se expandia.. percebi também que o meu super hiper luper truper mega plaster grito com efeito hollywoodiano não se propagou porque a música do salão estava muito alta. E que para as pessoas a minha volta eu não passava de uma garota estranha se contorcendo com a boca aberta e cara de dor de barriga que se curvava num cumprimento hindu repetitivo. Me senti em um filme estilo charles chaplin, que só tem trilha sonora.Além de tudo, estou rouca.

O bom é que a gente tem amiga que acompanha. E enquanto você ta travada elas te levam pra beber roller, porque é de graça.

A conclusão pós domingo de carnaval é que não importa gritar alto se ninguém pode te ouvir. E também que humilhação pública em alguns casos não compensa. Uma outra foi perceber que nossas frustrações são geradas por nós mesmos,nós que esperamos o que os outros não podem dar. E para terminar, um dos meus queridos clichês: Decepção não mata, ensina a viver.

3 comentários:

  1. Salve Juba...... Esse tal de sentimento.. hummmm bicho complicado, tambem dificil de se descrever poderia dizer que quase impossivel... mas nesse texto vc consegui expressa-lo... Adorei tambem o titulo... Coração não tem rédia!!!! Sapo

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  2. Maravilhoso!
    Beijos.
    Davi.

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  3. Fantástico !! Tô passeando pelo seu blog, vc é demais !! Parabéns, esse do sentimento de dor foi muito, muito, muito bom ..

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